Médicos-veterinários terão descontos no valor do combustível.

Benefício é oferecido por meio de campanha da Rede Ipiranga

Está disponível para os médicos-veterinários do estado de São Paulo o acesso ao desconto oferecido pela Rede Ipiranga de postos de combustíveis para profissionais da área da Saúde. Por meio da campanha “Heróis Abastecidos”, os colegas poderão abastecer seus veículos com 10% de desconto.

Trata-se de uma iniciativa Rede, para contribuir para com os profissionais da Saúde neste período de enfrentamento ao novo Coronavírus, que provoca a Covid-19.

Na semana passada, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) havia contatado a empresa para firmar parceria e viabilizar o acesso dos médicos-veterinários aos descontos.

Na ocasião, o Regional foi informado de que seria necessário disponibilizar os dados dos profissionais. Entretanto, o fornecimento das informações não é possível, uma vez que a Resolução CFMV nº 667/00 não permite aos conselhos regionais a abertura de dados dos colegas.

A sugestão do CRMV-SP foi a de que os médicos-veterinários pudessem ter acesso ao desconto mediante a apresentação da cédula de identidade profissional, o que, naquele momento, não foi aceito como uma possibilidade para a participação da classe na campanha “Heróis Abastecidos”.

Posteriormente, a Rede Ipiranga encontrou uma possibilidade para médicos-veterinários se cadastrarem, com criação de um novo acesso no site.

Portanto, os colegas podem obter os descontos.

EM CASO DE PROBLEMAS NO CADASTRAMENTO, ENTRE EM CONTATO COM A REDE IPIRANGA PELO TELEFONE (11) 3003-3474.

Confira o passo a passo de como se cadastrar:

1. Acesse o site https://heroisabastecidos.ipiranga/

2. Preencha todos os campos de dados

3. Finalizado o preenchimento de dados, acesse o site do “Km de Vantagens”, https://www.kmdevantagens.com.br/wps/portal/Applications/MarketPlace/, para finalizar o cadastro

4. Faça login com o seu CPF e crie uma senha de seis números (a senha não pode ter: vínculo com o CPF nem com a data de nascimento do cadastrado, números repetidos ou em sequencia – por exemplo: 1,2,3). Não esqueça de realizar a validação informando que você não é um robô

5. No lugar da aba “Entrar”, irá aparecer a figura de um boneco, com o nome do cadastrado e a quantidade de km que ele possui. Haverá uma seta de cor laranja, direcionada para baixo. O profissional deverá clicar nessa seta e acessar o menu de opções para selecionar o “Meu cadastro”

6. Em seguida, preencha os campos: nome, sobrenome, data de nascimento, sexo, posto favorito, e-mail e número de celular com o DDD

7. Passada essa etapa, basta confirmar a leitura, aceitar os termos do programa e digitar e confirmar sua senha de acesso. Após isso, finalize o cadastro preenchendo os dados adicionais

Como escolher um pescado de qualidade para as celebrações de Páscoa

Os médicos-veterinários do CRMV-SP orientam sobre cuidados fundamentais que o consumidor deve ter na hora de comprar a proteína

O período da Semana Santa, principalmente a sexta-feira que antecede o domingo de Páscoa, é tradicionalmente o de maior consumo de peixe em todo o País. Há uma grande preferência por bacalhau, mas o consumo passa por diversas outras variedades, como tilápia, linguado e salmão. Por isso, é muito importante orientar a população sobre os cuidados na hora de comprar e conservar o peixe ou outros tipos de frutos-do-mar, para evitar intoxicações e demais problemas de saúde.

O processo de conservação do peixe inicia muito antes de chegar ao consumidor final nos supermercados e peixarias. Para maior durabilidade, a carne de peixe fresco exige temperatura próxima de 0°C e a congelada de 18°C. Se for comprado fresco, a aparência geral do peixe deve ser de pele brilhante, tonalidade viva e ausência de muco espesso, orienta o médico-veterinário Wander Dias, da Comissão Técnica de Alimentos (CTA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

“As escamas devem estar firmes, com brilho e bem aderidas ao pescado, os olhos devem ocupar toda a órbita, estarem brilhantes e salientes. As brânquias devem estar úmidas e avermelhadas. A carne deve ser firme e elástica, não deixando impressão duradoura à pressão dos dedos, e o odor deve apresentar-se suave e característico”, afirma Dias.

Caso esteja congelado, o consumidor deve observar os dados e a integridade da embalagem, sugere o médico-veterinário Ricardo Calil, presidente da CTA do CRMV-SP. Dessa forma, segundo o profissional, o comprador identifica a origem do produto, a faixa de temperatura para manter o alimento seguro e, claro, o prazo de validade. Casos, por exemplo, com presença de gelo no interior de embalagens podem ser indício de ter ocorrido processo de descongelamento e recongelamento do produto, indicando deficiência da temperatura de conservação.

“É importante, ainda, saber se o produto passou pela inspeção oficial, para garantir a segurança do pescado”, ressalta Calil. A orientação é que o pescado seja o último produto a ir para o carrinho de compras e, no caso, de compras on-line, é preciso atenção a conservação geral do produto.

Bacalhau e moluscos

O bacalhau é o mais tradicional dos peixes consumidos na Páscoa. De acordo com o médico-veterinário Wander Dias, a proteína tem características particulares de conservação, que merecem a atenção do consumidor na hora da compra. “O bacalhau deve apresentar a superfície devidamente seca, não pode estar pegajoso ou apresentar limosidade e bolor.”

Já o médico-veterinário Ricardo Calil enfatiza que o cuidado com a procedência é outro fator muito importante. O bacalhau verdadeiro, como explica, é o gadus morhua (Cod), também denominado de Porto. “Alguns estabelecimentos comercializam o gadus macrocephalus, que é semelhante com o verdadeiro. A diferença, porém, é que este outro não se desfaz em lascas e tem uma carne fibrosa, por isso, deve ter um preço abaixo do gadus morhua, que é o verdadeiro”, alerta Calil.

As demais espécies comercializadas, como ling, zarbo ou saithe, não são consideradas como bacalhau, mas sim peixes salgados secos. “Portanto, fique atento, pois eles devem ser comercializados a preços bem menores”, orienta.

Observar a procedência é uma regra que vale para os moluscos também. Ela atesta se o pescado é ou não oriundo de áreas impróprias para pesca. Por serem filtradores da água, têm mais chances de abrigar bactérias ou substâncias danosas à saúde da população. “Moluscos como ostras, mariscos, mexilhões, siris e caranguejos, precisam estar vivos na hora da compra, para garantir que estejam frescos e em condições ideais para consumo.”, finaliza o presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV-SP.

Operação Semana Santa: 94,8% dos pescados correspondem ao vendido.

operação semana santa

Operação Semana Santa 2020, realizada pelo Ministério da Agricultura para identificar se a espécie de pescado vendida corresponde ao descrito na rotulagem, mostrou que 94,8% dos produtos sob a fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF) estão em conformidade. O índice é superior ao detectado no ano passado (93,9%).

A fiscalização coletou 231 amostras de produtos nacionais e importados em 17 estados e no Distrito Federal. Nos importados, não foi detectada nenhuma análise fora do padrão.

O objetivo da operação é atestar a qualidade dos produtos nacionais e importados vendidos em atacados e supermercados. Por meio da análise do DNA, é possível verificar se o pescado foi substituído por outros de menor valor, caracterizando a fraude econômica da troca de espécies (quando o peixe embalado é diferente daquele informado no rótulo do produto).

O secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, explica que foram analisadas amostras de 16,5% dos estabelecimentos registrados no SIF que produzem pescado e, a cada ano, a porcentagem de conformidade é maior. “Em 2015, no primeiro ano da operação, tivemos 73% de conformidade, hoje identificamos 94,8%. Observa-se uma redução de mais de 5 vezes da porcentagem de não conformidades inicial, o que é um ótimo indicativo de que as fraudes estão diminuindo. Vamos incentivar cada vez mais este tipo de fiscalização, pois pretendemos reduzir ao máximo esse tipo de fraude que prejudica o consumidor brasileiro”, afirma.

A operação deste ano foi a que abrangeu o maior número de estados desde que foi iniciada em 2015. Das 231 amostras, 199 foram provenientes de 48 estabelecimentos SIF, 57 amostras provenientes de 38 estabelecimentos estrangeiros habilitados a exportar para o Brasil, 31 amostras de estabelecimentos sob Inspeção Estadual e Distrital (SIE/SID Dipova) e uma amostra de estabelecimento sob Inspeção Estadual com selo SISBI-POA.

A operação contou com a participação de 90 servidores públicos do SIF, dentre eles auditores fiscais federais agropecuários, agentes de inspeção e técnicos de laboratório oficial do ministério. Os exames de DNA foram realizados no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA-GO).

As ações de coleta foram realizadas nos dias 3 e 16 de março no comércio varejista e atacadista dos estados de Amazonas, Pará, Mato Grosso, Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. Já as amostras de produtos importados são oriundas de estabelecimentos localizados na Argentina, China, Chile, Equador, Noruega, Portugal, Peru e Taiwan.

Penalidades

Para cada resultado não conforme identificados nos estabelecimentos sob SIF, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) abrirá um processo administrativo para a apuração da infração. Medidas cautelares também poderão ser aplicadas às empresas, tais como a suspensão de expedição dos produtos do estabelecimento até a total regularização do processo produtivo, além de terem que recolher os produtos adulterados.

Os estabelecimentos poderão solicitar a contraprova dos exames e apresentar sua defesa. Se for comprovada a fraude, as sanções vão desde multa, suspensão da atividade, interdição e até o cancelamento do registro do SIF.

Inspeção estadual

A operação também coletou amostras de estabelecimentos sob o Serviço de Inspeção Estadual (SIE). Neste caso, 38,7% foram consideradas não conformes, ou seja, o pescado que estava embalado não correspondia com o que estava declarado no rótulo. O índice é superior ao encontrado em 2019 (38%) e com reincidência de algumas empresas, caracterizando a fraude econômica.

“Os resultados das amostras com inspeção estadual serão encaminhados aos estados, para ciência e adoção de providências junto àqueles que estão fraudando o consumidor brasileiro”, explica a diretora do Dipoa, Ana Lúcia Viana.

Fonte: Canal Rural

Em tempo de pandemia, médico-veterinário atua pela higiene e saúde alimentar da população.

A pandemia da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, acendeu o alerta para a necessidade de procedimentos ainda mais rigorosos na manipulação e comercialização de alimentos. Nesse contexto, tornou-se ainda mais relevante o papel do médico-veterinário, que atua desde a fiscalização e inspeção dos produtos de origem animal até a Vigilância Sanitária, em estabelecimentos como mercados e serviços de alimentação fora do lar que realizam entrega em domicílio.

“Como profissionais de saúde pública, os médicos-veterinários têm conhecimento técnico para tomar todas as providências para proteger a própria saúde e a de trabalhadores e consumidores. É preciso garantir a organização dos estabelecimentos dentro das medidas recomendadas pelas autoridades de saúde, as quais visam diminuir a circulação de pessoas e o contágio durante as compras”, destaca Maria Elisa Almeida Araújo, inspetora sanitária da Secretaria de Saúde de Recife (PE) e membro da Comissão Nacional de Responsabilidade Técnica do Conselho Federal de Medicina Veterinária (Conret/CFMV).

Uma sugestão da médica-veterinária Virginia Emerich, da Comissão Nacional de Fiscalização (CNAF/CFMV), é a instalação de um grupo de trabalho para definir e acompanhar as diretrizes pertinentes ao ramo de atuação da empresa onde o Responsável Técnico (RT) atua. Ela destaca a necessidade de revisão dos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) à luz dos dados disponíveis sobre o novo coronavírus.

“Deve-se considerar ainda a situação epidemiológica local e o comportamento sociocultural das pessoas nessa reavaliação”, afirma Virginia, que é mestre em Epidemiologia e atua na Vigilância Sanitária do município de Serra (ES).

As profissionais destacam, entre as necessidades de adequações e recomendações, os POPs para uso de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras em locais onde não era comum sua utilização. Reforçar os cuidados com higiene pessoal da equipe, limpeza e desinfecção de instalações, superfícies e equipamentos já instalados devem se somar à adoção de boas práticas na manipulação de alimentos e cuidados com embalagens e transporte.

O RT deve cuidar da adequação e capacitação de toda a equipe à necessidade de práticas higiênico-sanitárias ainda mais rigorosas, colocando à mesa dos consumidores produtos saudáveis e de qualidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com base nas informações atualmente disponíveis, não há restrições à comercialização de animais ou de produtos deles originados. É preciso redobrar o cuidado desde a entrada do supermercado até a mesa, o que inclui a compra de alimentos prontos.

Atitudes que fazem diferença

Estabelecimentos comerciais:
– Fornecer informações visíveis ao público com as orientações das medidas para contenção da Covid-19, nas áreas de circulação e uso comum.
– Evitar aglomerações de pessoas dentro do estabelecimento e, para evitar filas, dispor do número de caixas suficientes ou demarcar distância entre os clientes na espera.
– Disponibilizar álcool gel na entrada da loja e em locais onde há concentração de clientes, como açougue, padaria e hortifrúti.
– Oferecer produtos para a higienização das partes que entram em contato direto com as mãos durante as compras e higienizar as máquinas para pagamentos em cartão.
– Intensificar as rotinas de limpeza e desinfecção de carrinhos, cestas de compras, maçanetas, terminais de pagamento, caixas eletrônicos, puxadores de freezers, geladeiras, balcões refrigerados etc.
– Suspender as ações de degustação e não comercializar frutas e legumes descascados, fracionados e picados previamente.
– Fornecer gratuitamente aos empregados os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de acordo com o risco a que estão expostos, substituindo-os sempre que estiverem danificados.
– Os veículos que transportam alimentos devem ter reforço na limpeza, higienização e desinfecção, assim como as caixas de transporte de alimentos prontos.
*O estabelecimento deve consultar as regras locais e nacionais referentes à saúde do trabalhador, em relação à necessidade de EPI para cada tipo de estabelecimento.

Consumidores:
– Em supermercados: certificar-se que os carrinhos e cestinhas estão sendo frequentemente desinfetados; lavar as mãos ou usar álcool 70% continuamente; manter distância do(a) operador(a) do caixa e das outras pessoas; evitar colocar mão na boca, nariz ou olhos; ao chegar em casa com os produtos, fazer a limpeza e desinfecção dos hortifrútis e passar álcool 70% nas embalagens fechadas.
– Ao chegar em casa, deixar os sapatos do lado de fora e, dentro de casa, rapidamente higienizar as mãos antes de qualquer outra atitude e trocar de roupa.
– Optar por alimentos saudáveis e escolher produtos com qualidade sanitária, como produtos de origem animal que sejam inspecionados e regularizados; frutas, verduras e legumes devem ser higienizados antes de ser guardados, bem como tudo que for possível lavar com água e detergente.
– Em delivery de restaurantes, optar por pagamentos com cartão, evitando o manuseio de dinheiro e notas; manter distância mínima de um metro do entregador, higienizar as mãos após receber o produto e antes do consumo; descartar de imediato e adequadamente as embalagens. Certificar-se que o local onde fez o pedido possui Controle de Qualidade.

Fontes: Portal CFMV – Médicas veterinárias Cristiane Vasconcelos, Maria Elisa Almeida Araújo e Virgínia Emerich

Texto publicado pela revista Higiene Alimentar

HORA DE FUGIR DO CORONA VÍRUS E DO CAOS – PROTAGONISMO DO ALIMENTO NOS MOMENTOS DE CRISE.

O Brasil passa atualmente por um processo bastante complicado por causa da expansão da pandemia do coronavirus, que chegou ao país principalmente pela maior cidade que é São Paulo e foi aos poucos chegando aos outros estados, porém em cada um com grau de intensidade diferente.

A grande polêmica que se instalou na sociedade é que condutas adotar para preservar as vidas e ao mesmo tempo manter a economia funcionando em uma proporção capaz de não causar o caos, principalmente nas populações de baixa renda que são as que de imediato, perdem seus empregos, seus pequenos negócios, suas atividades que os tornam capazes de pelo menos manter as famílias sem passar fome e pagar suas despesas básicas.

Sem dúvida uma situação complexa que exige muita informação, experiência e uma certa frieza para que a autoridade possa decidir com o máximo de racionalidade, com pulso firme e sem vacilar, pois qualquer que seja a decisão sempre irá contrariar parte significativa da população.

Impossível paralisar certos setores produtivos a começar pelos alimentos, combustíveis, farmacêutico, bem como transportes, equipamentos para distribuição de alimentos (supermercados, mercados municipais, feiras livres), farmácias, sistema bancário, alimentos preparados via delivery, internet, dentre outros.

A verdade é que de um modo geral, um país que nunca passou por guerras, ou desastres naturais em grandes proporções, como vulcões, tsunamis, tufões, sente muito mais as restrições em comparação com outros países que já passaram por experiências que os obrigaram, independentemente de atuação do governo, a se reorganizar para continuar vivendo.

Felizmente não é o caso, a população encontra alimentos, transporte, medicamentos, combustível, de forma que muitos continuam trabalhando mesmo com a quarentena decretada, outros trabalham em regime de home office, dando suporte mesmo a distância para as empresas onde são funcionários, e assim a vida não parou, apenas desacelerou.

O ponto crítico agora é a dosagem da quarentena, motivo de grande discussão, para alguns com catorze dias deveria ser encerrada, com limitações apenas para as pessoas do grupo de risco, outros mais prudentes acham que deveria ser estendida por um período mais longo, trinta dias ou um pouco mais, para garantir um maior achatamento da curva de doentes e que esta possa ser melhor monitorada evitando a sobrecarga do sistema de saúde e ainda outros preconizando no mínimo os três meses, como forma de diminuir o número de doentes e espaçar mais o contágio coletivo, quando o maior número de pessoas irá ter o contato com o vírus desenvolvendo imunidade contra o patógeno.

A verdade é que se torna impossível dissociar a necessidade de manter um equilíbrio entre o combate e controle da doença e as atividades econômicas do país, sob pena da população correr o risco de viver não só um caos na saúde, mas também social, com consequências imprevisíveis, considerando que já havia estatisticamente mais de onze milhões de desempregados em uma economia frágil, em início de recuperação, antes do início da pandemia.

Neste cenário onde as dificuldades se tornam mais aparentes, serve também para crescimento pessoal e também para a busca de alternativas para fugir da crise, como tem ocorrido com restaurantes de diferentes portes, preparando alimentos e vendendo pela internet, uma vez que foi proibida a abertura dos salões para evitar aglomerações de pessoas.

Muitos destes estabelecimentos no futuro, provavelmente irão trabalhar com mais dedicação na venda por meio digital, desenvolvendo novos pratos e embalagens, formas de entrega, situação que em muitos casos não seria praticada se não fosse a pandemia.

O trabalho em home office, poderá ser em breve, uma modalidade muito mais utilizada do que foi até o momento, pois muitas empresas entenderão que foi uma boa experiência, reduzindo custos (empregador e empregado), estimulando maior disciplina e responsabilidade do funcionário, diminuindo o trânsito de pessoas, melhorando o ar da cidade e outras vantagens que surgirão.

Neste contexto o mercado de comida via delivery deverá ser incrementado, porque os que trabalham em casa não terão tempo para preparar alimentos e precisarão do apoio destes restaurantes.

A compra de produtos para abastecimento das residências, desde alimentos, material de limpeza, medicamentos e outros insumos, poderá ser cada vez mais dinâmica, evitando a necessidade da presença do consumidor no estabelecimento, com garantia de ofertas de produtos de qualidade e preços competitivos, com a vantagem da entrega direta, conforme a necessidade do cliente.

É momento de repensar o melhor aproveitamento dos alimentos, diminuindo os desperdícios, a alimentação é o ponto central em qualquer situação, principalmente nos momentos de exceção, como o atual. Supermercados, mercados municipais, feiras livres, poderão fornecer alimentos que não são comercializáveis, para centrais públicas (municipais ou mesmo ONGs), para a melhor utilização possível, impedindo que estes alimentos tenham como destino os lixões.

Mais uma vez, o reforço nos cuidados de higiene se tornarão fundamentais, porque a cada epidemia, as autoridades sanitárias reforçam que lavar as mãos e usar sanitizante é indispensável, mas o tempo passa e não é difícil encontrar manipuladores de alimentos sem lavar as mãos, trabalhando em locais sem nenhuma infraestrutura que possa garantir um mínimo de higiene, banheiros sem papel higiênico, sem água para descarga e para a lavagem das mãos.

O momento será útil para repensar os negócios, ser inovador, criativo, procurar soluções, formas de sobrevivência neste período de grande dificuldade, mas também quem sabe, uma excelente oportunidade para aqueles que se dedicam a produzir, distribuir, preparar alimentos, possam incluir de forma definitiva os cuidados higiênicos necessários para segurança dos alimentos, independente de pandemias ou exigências da fiscalização.

A realidade vivida hoje, deve criar um sentimento que não é só dos menos favorecidos ou empresas ou empregados, mas de todos que pertencem a sociedade, que através do esforço conjunto, consiga encontrar soluções para fugir do coronavirus e ao mesmo tempo evitar o caos no país.

 

Ricardo Moreira Calil – São Paulo, 02 de abril de 2020.

 

Ricardo Moreira Calil, é um dos correspondentes Verakis para acompanhar a evolução do setor dos alimentos durante a Pandemia do COVID-19.  Ele é Médico  Veterinário Sanitarista,professor mestre e doutor pela USP, AFFA do Ministério da Agricultura, docente do curso de Medicina Veterinária da Universidade Municipal de São Caetano do Sul e Coordenador  do curso de pós graduação lato sensu em Inspeção e Segurança de Alimentos,da Sociedade  Paulista  de Medicina Veterinária, é Presidente da Comissão Técnica de Alimentos do CRMV SP

Fonte: VERAKIS