Valor da produção de origem animal aumentou 21% em 2021, diz IBGE

Minas Gerais, puxado pelo leite, foi o Estado com o maior valor da produção de origem animal. O montante foi de R$ 21,7 bilhões, ou 21,9% a mais que no ano anterior.

Entre os municípios, Santa Maria de Jetibá (ES) seguiu na liderança do valor da produção de origem animal, com R$ 1,4 bilhão; a venda de ovos de galinha respondeu por 94,1% do total. A cidade paulista de Bastos aparece em segundo lugar, com R$ 1 bilhão, 95,7% decorrente dos ovos de galinha. Castro (PR) foi o terceiro colocado, com R$ 901,9 milhões provenientes do leite de vaca.

Rebanho bovino

O rebanho bovino brasileiro atingiu 224,6 milhões de cabeças no fim do ano passado, 3,1% mais que em 2020 e novo recorde da série, iniciada em 1974. O IBGE destacou que 2021 foi marcado pela retenção de fêmeas para a produção de bezerros e pela queda nas exportações.

O volume de exportações caiu 9,5%, mas o faturamento, puxado pelo aumento dos preços internacionais, subiu 7%. Entre os principais países de destino, a China manteve a liderança nas importações da carne bovina brasileira, mesmo com o embargo que impôs ao Brasil entre setembro e dezembro, após a identificação de dois casos do “mal da vaca louca”.

Mato Grosso registrou o maior rebanho, com 32,4 milhões de cabeças, ou 14,4% do total nacional. Em seguida, aparecem Goiás, com 24,3 milhões de cabeças e 10,8% do total nacional, e Pará, com 23,9 milhões, ou 10,7% do total. No recorte por regiões, o Centro-Oeste concentrava 33,6% do rebanho brasileiro, enquanto a região Norte fechou o ano passado com 24,8% do total nacional.

O município brasileiro com o maior rebanho bovino foi, mais uma vez, São Félix do Xingu (PA), com 2,5 milhões de cabeças, o equivalente a 1,1% de todo o rebanho nacional. A seguir apareceram Corumbá (MS), com 1,8 milhão; Marabá (PA), com 1,5 milhão; e Porto Velho (RO), com 1,4 milhão de cabeças.

Fonte: Valor Econômico. Texto retirado do site beef point

Trabalho vai definir protocolo para favorecer convivência entre abelhas e soja.

Embrapa e a Basf assinaram acordo de cooperação técnica e financeira para validar um modelo tecnológico, a partir da safra 2022/2023, pautado em boas práticas agrícolas e apícolas. O intuito do projeto, que tem duração de três anos (2022-2025), é impulsionar a convivência harmônica entre sojicultores e apicultores, a partir de ações conjuntas em três regiões brasileiras importantes para a produção de soja no Brasil: Paraná (Maringá), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Rio Grande do Sul (São Gabriel). A partir da validação de um protocolo de boas práticas agrícolas, as instituições pretendem comprovar que o desenvolvimento das atividades em espaços integrados pode ser benéfico para os dois setores.

“Para a Embrapa, é fundamental propor ações em parceria, que promovam a boa convivência e estimulem o respeito às diferentes atividades de campo, com foco na sustentabilidade dos sistemas produtivos. No caso específico do relacionamento entre sojicultor e apicultor, é importante a valorização da responsabilidade mútua, o que significa respeitar os limites além de suas áreas de cultivo ou propriedades”, destaca Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja (PR).

De acordo com Maurício do Carmo Fernandes, gerente de Stewardship e Sustentabilidade, da Divisão de Soluções para Agricultura da Basf, a empresa estabeleceu como meta aumentar em 7% ao ano a parcela de soluções que contribuem significativamente com a sustentabilidade, além de continuar fortalecendo as ações que promovem o uso correto e seguro das soluções com as boas práticas agrícolas.

“Acreditamos que investir nessa iniciativa vai contribuir para o legado da agricultura. Todos podem sair ganhando nessa relação da produção de soja e de mel. A Basf  apoia e promove esse trabalho conjunto, e é por isso que nos unimos à Embrapa nesse desafio. Afinal, estamos em busca do equilíbrio ideal entre a produção agrícola e o meio ambiente”, afirma Fernandes.

Para o acompanhamento das atividades dessa iniciativa, o pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, explica que será criado um protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Apícolas, cuja função é orientar as ações dos grupos de trabalho de sojicultores e apicultores participantes. “Nossa ideia é verificar a adequação desse protocolo, efetuar os ajustes necessários, validando sua factibilidade nas microrregiões geográficas estabelecidas, durante as safras de soja 2022/2023 e 2023/2024”, ressalta.

Depois de validados, os resultados irão compor uma cartilha contendo um conjunto de práticas sustentáveis para a produção de soja com baixo impacto na criação de abelhas. A cartilha também conterá boas práticas apícolas para instalação de apiários próximos às lavouras de soja. Outras estratégias de transferência de tecnologias e comunicação serão adotadas, ao longo do projeto, como a produção de conteúdo em vídeo e materiais impressos.

“As ações visam ao compartilhamento de um conjunto de boas práticas para a cultura da soja, especialmente no tocante ao uso de medidas fitossanitárias e de boas práticas apícolas, gerando recomendações básicas aplicadas à realidade do campo”, esclarece Gazzoni.

Projeto prevê capacitação de sojicultores e apicultores em técnicas sustentáveisO projeto foi organizado para contar com a participação de grupos de apicultores proprietários de até cinco apiários e de sojicultores que estejam localizados próximos a essas colmeias. “Com base em mapas obtidos do Google Earth, vamos detalhar a paisagem da área a ser trabalhada, com raio máximo de três quilômetros dos apiários. Os apiários serão referenciados geograficamente utilizando a Plataforma de Informação sobre Apicultura e Meio Ambiente (GeoApis)”, acrescenta Gazzoni.O pesquisador pontua que a metodologia prevê o detalhamento do entorno dos apiários para identificar os componentes da paisagem – reserva legal, área de proteção permanente (APP), lavouras perenes, lavouras anuais, pastagens, entre outros –, cujo objetivo é delimitar os pontos de intersecção e sobreposição de áreas de exploração agrícola e áreas de forrageamento das abelhas dos apiários. Segundo ele, o sistema de produção e as práticas de manejo de cada agricultor serão descritos, e será verificada a observância de todos os requisitos das boas práticas.No cronograma do projeto, estão previstas reuniões de acompanhamento das ações, assim como de capacitação dos sojicultores e dos apicultores para a condução das técnicas, procedimentos e atitudes sustentáveis. “Os sojicultores serão treinados em práticas fitossanitárias adequadas, envolvendo manejo das pragas da cultura (insetos, doenças, nematoides e plantas invasoras). Por outro lado, os apicultores serão capacitados em boas práticas apícolas”, conta Gazzoni.Dentro do planejamento, o pesquisador prevê que a aplicação de pesticidas por via aérea seja monitorada, a partir de plano de voo dos aviões agrícolas, a ser elaborado por uma empresa especializada. “Pretendemos que as aplicações prevejam a proteção necessária para evitar qualquer deriva para as áreas que se deseja proteger”, afirma. Depois de validado, o protocolo será convertido em cartilha, que será distribuída tanto para agricultores quanto para apicultores, nas principais regiões do Brasil onde exista proximidade de apicultura com lavouras de soja.

Soja e abelhas: união vantajosa para a agricultura sustentável

A soja está presente em praticamente todas as regiões brasileiras e ocupa, aproximadamente, 40 milhões de hectares, na safra 2021/2022. Dessa forma, em alguns casos, as áreas cultivadas com soja estão próximas de apiários fixos tradicionais, ou mesmo dos locais de colocação de colmeias em apiários migratórios.

Apesar do desafio da convivência harmônica, há vantagens para ambas as atividades. Segundo Gazzoni, de um lado, a florada da soja pode ser usada como pasto apícola, pelos criadores de abelhas, especialmente de Apis mellifera (a abelha africanizada), em períodos de pouca disponibilidade de alimento. “Além disso, podemos afirmar que, sob condições adequadas de visitação, a produtividade de soja pode ser incrementada em cerca de 13% pelo processo de polinização propiciado pela visitação das abelhas na soja”, diz Gazzoni.

Para investigar o efeito da polinização por abelhas na produtividade de soja, três experimentos foram instalados no campo experimental da Embrapa Soja, em Londrina (PR), nas safras de soja de 2017/2018 a 2019/2020. Na metodologia foram utilizados três tratamentos: o primeiro possibilitava o livre acesso de abelhas na cultura da soja, o segundo consistiu na introdução de uma colmeia de Apis mellifera no interior de uma parcela de soja engaiolada e o terceiro tratamento mantinha uma parcela de soja engaiolada sem o acesso de abelhas ou qualquer outro polinizador.

De acordo com Gazzoni, a visitação de abelhas na floração da soja foi monitorada, durante todo o período de florescimento, com contagens de abelhas às 9 horas, às 10 horas e às 11 horas. “Pudemos observar que o maior número de abelhas foi observado às 11 horas, o que é um indicativo importante para se planejar as pulverizações de agroquímicos na soja”, explica.

“Nos três anos do estudo, o incremento médio da produtividade da soja, nas parcelas engaioladas com uma colônia de abelhas, foi de 639 quilos por hectare (kg/ha), isto é,  12,97% , sendo de 274 kg/ha (5,58%) nas parcelas abertas, sem gaiolas, quando comparadas com as parcelas engaioladas, que não permitiam o acesso de polinizadores”, relata.

Manejo dos apiáriosUm dos primeiros passos indicados aos apicultores para garantir a produção em quantidade e qualidade adequadas de mel é a manutenção de abelhas saudáveis e colônias com grande quantidade de indivíduos, afirma Gazzoni. Nesse sentido, o pesquisador considera recomendável, ainda, a substituição periódica da rainha, o manejo de favos, o respeito ao calendário floral, a limpeza do entorno e a suplementação alimentar, se necessário. “Recomenda-se que o apicultor faça revisões quinzenais em suas colônias, para acompanhar o desenvolvimento delas e realizar os manejos necessários”, diz.Outra orientação é manter distância mínima de 500 metros de áreas com trânsito de pessoas e animais, a fim de evitar acidentes. “Os apiários também devem estar a uma distância mínima de 50 metros de áreas de lavoura, para evitar perda de colônias devido à deriva de produtos fitossanitários”, observa. “De preferência, deve-se utilizar barreiras naturais ao redor do apiário, tais como capim Napier, arbustos altos como astrapeias, cercas vivas, entre outras”, complementa.Quanto ao posicionamento das colônias, Gazzoni explica que, para a produção de mel, recomenda-se o uso de três colônias por hectare estimado de pasto apícola, uma vez que as abelhas forrageiras buscam alimento em um raio de, no máximo, 2,5 km de distância. “Se houver competição entre as abelhas para produção de mel, a produtividade poderá ser prejudicada. Da mesma forma, deve-se evitar a sobreposição de apiários. A distância ideal de um apiário para outro é de 5 km.”

 

Boas práticas para soja

No caso do sojicultor, Gazzoni enfatiza a necessidade de respeitar e adotar as recomendações agronômicas para o cultivo da soja, em todas as fases da cultura. O pesquisador reforça a importância da correta aplicação de pesticidas, observando todos os cuidados necessários para conservação das colônias de abelhas criadas e, também, de espécies nativas. “O agricultor deve respeitar, integralmente, as recomendações do Manejo Integrado de Pragas da Soja e conferir atenção especial para as melhores práticas de tecnologia de aplicação.”, orienta.

Lebna Landgraf (MTb 2.903/PR)
Embrapa Soja

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soja.imprensa@embrapa.br

Fonte: EMBRAPA

Brasil completa 43 mercados abertos em 2022.

Com a abertura do mercado chinês para o amendoim brasileiro, o Brasil chegou a 43 novos mercados abertos para os produtos agropecuários até setembro deste ano. Desde 2019, o número de mercados abertos chegou a 229, em um total de 54 países, sendo 26 asiáticos, 19 americanos, oito africanos e um na Oceania. 

Em 2021, foram registrados 77 mercados e, em 2020, 74 mercados. Em 2019, 35 mercados entraram para a lista de exportação do Brasil.

Egito, Marrocos, Zâmbia, África do Sul, Camarões, Senegal, Cabo Verde e Uganda formam o conjunto no continente africano, com 38 itens na pauta das exportações. 

Já nas Américas temos Argentina, Colômbia, Peru, Estados Unidos, Guiana, México, Canadá, Equador, Venezuela, Guatemala, Bolívia, Chile, Paraguai, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Uruguai, Cuba e Suriname, totalizando 102 mercados. Na Oceania temos a Austrália, com um mercado aberto. 

E no continente asiático foram conquistados países como Arábia Saudita, China, Emirados Árabes, Cazaquistão, Coreia do Sul, Índia, Japão, Malásia, Indonésia, Taiwan, Irã, Tailândia, Mianmar, Singapura, Qatar, Camboja, Israel, Vietnã, Iêmen, Líbano, Turquia, Jordânia, Síria, Bahrein, Rússia e Filipinas, totalizando 88 mercados.

O trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento permite a diversificação de possibilidades de exportação para os produtores brasileiros, com o propósito de reduzir a concentração da pauta exportadora tanto em produtos, quanto em destinos. Aberturas de mercados são resultado de negociações bilaterais que culminam no acordo dos parâmetros de sanidade a serem atestados e do certificado correspondente, sanitário, fitossanitário ou veterinário, que passará a ser aceito pelo país importador nos pontos de entrada da mercadoria.

A abertura de mercado, no entanto, não significa comércio e embarques imediatos dos produtos agropecuários. É preciso, ainda, um trabalho de preparação do produtor e do exportador para atender às demandas de cada um desses novos clientes, além do desenvolvimento de atividades de promoção comercial e de divulgação.

Além de garantir a produção para consumo nacional, desde 2019 diversos produtos nacionais chegaram aos mais variados destinos, como por exemplo produtos bovinos, sementes, material genético bovino e avícola, animais vivos, ração animal, pescado e lácteos. 

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Informações à Imprensa
Inez De Podestà
imprensa@agro.gov.br

Fonte: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias-2022/brasil-completa-43-mercados-abertos-em-2022-1

Pandemia muda comportamento de consumidor de pescado no Brasil.

A pandemia do coronavírus provocou um freio no crescimento de compra de pescado, que estava sendo verificado até fevereiro de 2020, quando os resultados econômicos da cadeia aumentavam em relação ao ano anterior. Isso foi constatado por estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO), em um dos primeiros trabalhos que retratam o reflexo do comportamento do consumidor na cadeia do pescado durante a pandemia.

O estudo “Efeitos do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 na comercialização e no consumo de pescado no Brasil”, que abrangeu todas as regiões brasileiras, revelou que, para 40,31% dos entrevistados, o preço do produto aumentou. Com isso, 26,92% dos entrevistados reduziram o consumo de pescado e 4,27% eliminaram totalmente a ingestão dessa proteína.

 

Mudança nos locais de compra e preferência de conservação

Antes do coronavírus, 21,79% dos consumidores tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% dos entrevistados preferiam adquirir em feiras ou peixarias e 3,13%, em atacadistas. Com o coronavírus, houve um incremento na preferência pelos hipermercados (29,91%), delivery (8,69%) e em atacadistas (3,56%).

“De modo geral, com o fato de as feiras livres e os mercados informais terem sido praticamente fechados nos primeiros meses da pandemia, as únicas opções disponíveis foram as grandes redes de hipermercados”, observa o analista da Embrapa Diego Neves de Sousa, um dos autores da pesquisa.

“Esse estudo, mesmo que de maneira amostral, revelou essa condição de diminuição do consumo de pescado, o que é preocupante para o setor e para a economia local, visto a interferência negativa na geração de renda da população que depende desse setor para sobreviver,” avalia.

Com o fechamento do comércio, a disponibilidade do pescado foi afetada na percepção de 17,38% dos consumidores, que sentiram maior dificuldade de compra pela redução da oferta do produto. A qualidade também foi afetada para 11,40% dos participantes da pesquisa, que relataram redução na qualidade habitual dos produtos.

A pandemia também alterou a preferência do consumidor quanto ao tipo de conservação do pescado: subiu de 22,36% para 27,49% a preferência por peixes e frutos do mar congelados. “O aumento da aquisição de peixe congelado durante a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado pela desconfiança do consumidor em relação à qualidade dos peixes frescos”, analisa Sousa.

Participaram do estudo sobre os impactos da pandemia 702 pessoas, sendo 62,11% mulheres e 37,89% homens. A maioria (30,06%) tinha entre 30 e 39 anos, seguida pelas faixas etárias de 20 a 29 anos e de 40 a 49 anos, com 21,51% cada. Acima dos 50 anos houve 25,64% e, abaixo de 19 anos, 1,28% do total de participantes da pesquisa.Com relação às regiões de origem dos participantes da pesquisa, 36,32% foram do Sudeste, 24,79% do Nordeste, 16,95% do Norte, 15,1% do Sul e 6,84% do Centro-Oeste brasileiro.O trabalho analisou 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, totalizando 13 empresas do Brasil..

Pandemia prejudica crescimento de consumo dos últimos anos

A pandemia chegou em um momento em que o consumo de pescado estava aquecido. O estudo revelou que 25,93% dos entrevistados consumiam pescado pelo menos uma vez na semana, 23,93% duas a três vezes no mês, 20,94% duas ou mais vezes na semana e 11,68% pelo menos uma vez no mês.

Em algumas capitais, o consumo ainda era maior. Segundo outra pesquisa da Embrapa Pesca e Aquicultura, que abrangeu capitais das cinco regiões do Brasil, consumidores de Curitiba (29%) e São Paulo (28%), por exemplo, consumiam filés de peixe pelo menos uma vez por semana, em fevereiro de 2019.

“A produção e o consumo de pescado no Brasil e no mundo estavam passando por um crescimento global nos últimos quarenta anos, principalmente devido ao avanço da aquicultura. Especialistas acreditam que o desenvolvimento dessa cadeia produtiva está ligado a um comportamento crescente do mercado consumidor de valorizar alimentos mais saudáveis”, ressalta Sousa.

 

Frigoríficos também foram afetados

Outro setor que foi afetado pela pandemia foram os frigoríficos de pescado. O estudo também registrou que, para 46% das empresas de processamento de pescado, houve diminuição na oferta de matéria-prima para o beneficiamento do produto.

As vendas foram, em maioria significativa, afetadas negativamente com queda global (61%) e interrupção total das vendas (8%), causadas pelas consequências da pandemia do coronavírus.

Da mesma forma, para 54% dos empresários que atuam no setor de beneficiamento, houve dificuldades para aquisição de insumos, tais como demora na entrega de embalagens, falta de material de limpeza, equipamentos de proteção individual, cloro e falta de salmão no mercado.

Mesmo com essas dificuldades, a maioria das indústrias manteve o seu quadro de funcionários, sem necessidade de demissões; em algumas houve suspensão temporária das atividades por até 60 dias.

 “A pesquisa mapeou até que ponto a cadeia da aquicultura foi afetada, visando à proposição de políticas públicas para incentivo à retomada do consumo, como desoneração fiscal da ração do pescado, por exemplo”, destaca o pesquisador Roberto Manolio Valladão Flores, chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pesca e Aquicultura.

Além disso, o estudo buscou balizar ações de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento e de Transferência de Tecnologia em execução, além de subsidiar tomadas de decisões de unidades de beneficiamento, atacadistas e varejistas que atuam nessa cadeia produtiva.

Para Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, a pesquisa ajudou a esclarecer questões sobre um período de incertezas que o País vivenciou. “O estudo corroborou dois aspectos que ocorreram na pandemia. Primeiro, se os dados de que os custos de produção e transformação de muitos produtos alimentícios aumentaram, ou não, durante a pandemia. E o segundo, o período de incertezas de como ocorria a contaminação por Sars-CoV-2, que provocou dúvidas quanto ao consumo de pescado, reduzindo, em especial, o consumo dos produtos frescos e manipulados em restaurantes”, observa.

“Apesar das restrições de circulação, o setor continuou a produzir e ofertar produtos de pescado aos consumidores, com pouca variação de preço. Além disso, a solidez da indústria permitiu a sobrevivência da atividade que se manteve atuante por causa da infraestrutura e das estratégias adotadas”, aponta a pesquisadora Patrícia Costa Mochiaro Chicrala, uma das autoras da pesquisa.

O estudo servirá como referência para futuras iniciativas da Embrapa Pesca e Aquicultura. “A pesquisa é direcionada para desenvolver mais soluções tecnológicas que estejam alinhadas com a nova realidade e obedecendo aos novos caminhos tomados pelo setor. Ela servirá como um direcionador de esforços e demandas futuras”, declara Leandro Kanamaru Franco de Lima, supervisor do Núcleo Temático de Pesca e Aquicultura do centro de pesquisas da Embrapa.

Elisângela Santos (MTb 19.500/RJ)
Embrapa Pesca e Aquicultura

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Programa Mesa Brasil busca ampliar parcerias no Varejo de Alimentos

Um mundo sem desperdício e com distribuição igualitária dos alimentos. Esse é um dos princípios do Mesa Brasil Sesc São Paulo, programa criado em 1994 que se tornou referência nacional no combate ao desperdício e no atendimento a pessoas em insegurança alimentar, e que planeja ampliar o número de empresas doadoras e de entidades atendidas, considerando o cenário em que a fome se agravou com a pandemia de Covid.

Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN), entre 2021 e 2022, 125,2 milhões de pessoas não tiveram acesso permanente a alimentos no país, dos quais 33,1 milhões enfrentaram escassez severa, incluindo as crianças. Por outro lado, o Brasil é o 10º país que mais desperdiça alimentos, de acordo com ranking da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) com 54 países.

Em razão das novas demandas, o programa visa a ampliar o número de parceiros na cadeia de produção e distribuição de alimentos, atualmente em 1.100 doadores e, consequentemente, de beneficiados nas instituições atendidas. Para isso, conta com o apoio do Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Paulo), que representa mais de 35 mil empresas do segmento, de mercearias a hipermercados.

“O varejo de alimentos apresentou um desperdício médio de R$ 11 bilhões em 2021, segundo a Abras. É algo impensado, considerando os milhões de brasileiros que passam fome, pois são alimentos sem valor comercial, que muitas vezes sobram e vão para o lixo, mas poderiam alimentar muita gente”, diz Alvaro Furtado, presidente do Sincovaga. “O Mesa Brasil é um intermediário entre as empresas que querem doar alimentos e aqueles que precisam, com a credibilidade do Sesc, da coleta ao armazenamento e distribuição”.

Entre as empresas doadoras do segmento do varejo de alimentos e associadas ao Sincovaga destacam-se Assaí, Atacadão, Carrefour, Grupo Pão de Açúcar, Giga Atacado e Makro, dentre outros.

O programa estabelece a conexão entre as empresas que doam alimentos − que perderam o valor comercial e que muitas vezes seriam descartados, mas que ainda estão próprios para o consumo − e as instituições sociais que os utilizam para complementar refeições servidas às pessoas por eles assistidas.

Empresas da cadeia de produção e distribuição de alimentos, como supermercados, restaurantes, padarias, centrais de abastecimento, indústrias, agricultores e feirantes, podem doar itens próprios para consumo, mesmo que com data de validade próxima.

Os números refletem a importância da iniciativa. Em 2021 foram coletadas 6,4 toneladas e, só de janeiro a julho de 2022, mais de 3,6 toneladas, incluindo verduras, frutas, legumes, cereais, sucos, pães, carnes, ovos e laticínios. Com isso, o programa atendeu 190 mil pessoas, em 1.300 instituições, entre creches, abrigos, centros de convivência, casas de atendimento a pessoas com deficiência e a idosos.

O trabalho das equipes do Mesa Brasil começa cedo: diariamente 51 veículos recolhem os alimentos por todo o estado. Doações em grandes quantidades são armazenadas no Centro de Captação e Armazenagem, na zona oeste de São Paulo, que funciona como ponto de apoio para as unidades que operam o programa em 86 municípios, incluindo interior, capital e litoral.

Fonte: https://www.abia.org.br/noticias/programa-mesa-brasil-busca-ampliar-parcerias-no-varejo-de-alimentos

CTA em ação – Palestra online sobre Responsabilidade Técnica

O presidente da Comissão Técnica de Alimentos, Médico Veterinário Ricardo M. Calil, estará nesta quarta feira (14/09) no Ciclo de Palestras sobre Responsabilidade Técnica organizada pelo CRMV SP.

Um bate papo online sobre a Responsabilidade Técnica em Produtos de Origem Animal, nosso presitende mostrará a importancia do papel medico veterinário nesta área tão importante para a saúde única .

Acompanhem o site do CRMV SP e no Sympla

Link do evento: https://www.sympla.com.br/evento-online/responsabilidade-tecnica-em-produtos-de-origem-animal/1669041

Ambev vai conectar bares e restaurantes para evitar desperdício de alimentos e combater a fome

33 milhões de pessoas passam fome no Brasil e não têm certeza de quando vão conseguir fazer a próxima refeição. Com tal realidade, o Brasil voltou ao Mapa da Fome das Nações Unidas. Por outro lado, cerca de 26 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente no Brasil, segundo dados da FAO/ONU.

Para ajudar a minimizar o desperdício e contribuir com a alimentação de brasileiros que não têm o que comer, a Ambev fez uma parceria com a startup social Comida Invisível que vai conectar estabelecimentos como restaurantes, bares, mercados e supermercados que querem doar alimentos, com quem precisa.

A partir de agora, pontos de vendas da região oeste do Rio de Janeiro, cadastrados no BEES – plataforma B2B da Ambev – podem solicitar seu cadastro junto à startup social, que atua com soluções de combate ao desperdício de alimentos. A escolha do RJ para acolher a etapa inicial da iniciativa não é por acaso, já que a fome atinge 2,7 milhões de pessoas no estado.

A ideia é que, após a fase piloto no Rio de Janeiro, que deve durar três semanas, o projeto ganhe força e seja escalado para todo o país, podendo alcançar mais de 190 mil pontos de vendas parceiros da Ambev, com potencial de doações de 570 mil toneladas de alimentos por mês. Além disso, o centro de distribuição de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, vai doar 17 toneladas de alimentos nesse primeiro mês. O projeto prevê que a Ambev também faça doações mensais via Comida Invisível, tanto do CD do Rio, como dos outros 97 centros em todo país para destinarem alimentos às ONGs.

“Sabemos que muitas famílias vivem em situação de insegurança alimentar e, por isso, buscamos um parceiro que nos ajudasse a dar destinação a uma parte de alimentos que normalmente seriam descartados. Temos consciência de que, com o nosso tamanho, conseguimos impulsionar muita gente. Por isso, disponibilizamos aos nossos pontos de venda a possibilidade de contribuir com o trabalho realizado pela Comida Invisível”, diz Carla Crippa, vice-presidente da área de Impacto Positivo e Relações Corporativas da Ambev.

Os pontos de venda podem sinalizar quais alimentos estarão disponíveis para doação. De acordo com a Lei 14.016/20 é permitido doar alimentos que estejam dentro do prazo de validade (próximos do vencimento), que não tenham comprometidas sua integridade e a segurança sanitária, mesmo que haja danos à sua embalagem e tenham mantidas suas propriedades nutricionais e a segurança sanitária, ainda que tenham sofrido dano parcial ou apresentem aspecto comercialmente indesejável. A Comida Invisível também oferece apoio de nutricionistas para orientar os pontos de venda sobre quais produtos estão aptos para doação.

“A parceria com a Ambev é revolucionária, com ela ganhamos a tração que a plataforma precisa. É muito gratificante uma parceria nessa magnitude, com uma empresa que entende a importância do seu papel e o impacto social e ambiental”, comenta Daniela Leite, CEO da Comida Invisível.

O cadastro dos pontos de venda na plataforma é financiado pela Ambev, que quer disseminar a cultura da doação de alimentos em seu ecossistema. Além disso, a companhia também participa com a doação dos alimentos de seu Centro de Distribuição.

Para Diogo Gomes, proprietário do bar Art Chopp, no bairro de Taquara no Rio de Janeiro, estar com a Ambev nesta iniciativa é poder provocar uma mudança social. “Já tínhamos no Art Chopp algumas iniciativas de reaproveitamento do alimento, mas tenho certeza de que ainda temos muitas oportunidades dentro da cozinha e estamos muito felizes em ser um dos primeiros bares a entrar no projeto de combate à fome”, conta.

Notícia.:  https://exame.com/esg/ambev-vai-conectar-bares-e-restaurantes-para-evitar-desperdicio-de-alimentos-e-combater-a-fome/ (Conteúdo retirado do site da ABIA)